sexta-feira, 30 de março de 2012

"Como a mair parte dos humanóides, carrego o fardo daquilo que os budista chamam de “mente de macaco” – pensamentos que pulam de galho em galho, parando apenas para se coçar, cuspir e guinchar. Desde o passado remoto até o futuro desconhecido, minha mente fica pulando a esmo pelo tempo, tendo dúzias de ideias por minuto, descontrolada e sem disciplina. Isso, em si, não é necessariamente um problema; o problema é o apego emocional que acompanha o pensamento. Pensamentos felizes me tornam feliz, mas – vupt! – com que rapidez torno a me prender a preocupações obsessivas, estragando a felicidade; e então basta a lembrança de um momento de raiva pra eu começar a ficar exaltada e brava de novo; e então minha mente decide que aquela pode ser uma boa hora para começar a sentir pena de si mesma, e a solidão não demora a chegar. Afinal de contas, você é o que você pensa. As suas emoções são escravas dos seus pensamentos, e você é escravo de suas emoções.

O outro problema de toda essa pulação pelos galhos do pensamento é que nunca está onde está. Você está sempre remoendo o passado ou especulando sobre o futuro, mas raramente para no momento presente. É um pouco como o hábito da minha amiga Susan, que – sempre que vê um lugar bonito – exclama, quase em pânico, “Que lindo isto aqui! Quero voltar aqui algum dia!”, e preciso lançar mão de todo o meu poder de persuasão para tentar convencê-la de que ela está lá."

(Elizabeth Gilbert em Comer, rezar, amar)

2 comentários:

Cris Carvalho disse...

Toda vez que venho aqui, parece que leio algo que foi feito pra mim, encaixa sempre no meu momento.

Te deixo um beijo e agradeço!
=*

Nos Amando... disse...

mente pulando em galho em galho
as vezes me sinto assim.
lindo final de semana bjs