"crazy é uma palavra que confere certo humor à loucura
parece que se é uma louca divertida, supercrazy, personagem de gibi
alegre, magnética, cabelo colorido, uma destrambelhada que ri
crazy é uma palavra que não descreve a minha inversão
sou louca em português, very absorta, nada institucional
desajuste silencioso, independente, que não se cura, nem se cobre com bandeide
crazy não me entitulo, tenho a fachada sã e não trago o riso solto
meu desvio é genético, louca de berço, pura, sem aditivos
loucura genuína não se produz e a américa nada tem a ver com isso
crazy é bacana, crazyland, terra dos que estão em paz e fumam,
a noite inteira gargalhando, beijando-se uns aos outros, just fun
o que sinto é mais uterino, absolutamente pessoal e profano
crazy, sou às vezes
louca, doze meses por ano"
(Martha Medeiros em Cartas extraviadas e outros poemas)
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